A vida agitada dos moradores de Belo Horizonte contribui para que as paisagens passem despercebidas. A insistência em criar elementos que chamem a atenção e que ao mesmo tempo traga um valor estético e cultural para os espaços é reforçado pelas manifestações das artes urbanas. O valor do tempo é medido hoje pelo que se pode produzir, a inquietação em compartilhar ideias e discutir as sensações provocadas pelos murais vistos pela Sapucaí nortearam nossa entrevista com pessoas que cederam parte de seu tempo para uma reflexão acerca destas transformações na cidade.
Em comemoração aos 120 anos de Belo Horizonte, as obras de larga escala, pintadas nas fachadas laterais dos prédios, ganharam também uma iluminação noturna para que o museu a céu aberto fosse também visitado durante a noite. Essa iniciativa representa um grande avanço cultural e político na cidade, pois a sociedade se reconhece nesses ambientes e tende a frequentá-los cada vez mais.
Além da temática familiar ao cotidiano dos belo-horizontinos, o vínculo dos cidadãos com a cidade e sua arquitetura foi fortalecido pela interação durante o processo criativo e produtivo dos murais. Todas as pinturas foram feitas a céu aberto, para que o transeunte pudesse desvendar cotidianamente as transformações urbanas.